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Invisíveis e resilientes: A luta silenciosa das crianças com deficiência física em países africanos

Crianças com deficiência física

Nos recantos menos explorados dos países africanos, uma realidade amarga e esquecida desenrola-se diariamente, longe dos holofotes internacionais. Trata-se da árdua batalha enfrentada pelas crianças com deficiência física em sua busca por uma vida digna. Elas são vítimas de um sistema que as marginaliza, privando-as de oportunidades e negando-lhes os direitos que qualquer criança merece. É nesse cenário de adversidade que a resiliência desses jovens é posta à prova, revelando a força impressionante que existe dentro deles.

Uma das maiores provações enfrentadas por essas crianças é a escassez de serviços de saúde e reabilitação adequados. A falta de recursos médicos e terapêuticos cria uma barreira intransponível para muitas famílias que buscam tratamento e apoio. Desde a ausência de equipamentos especializados, como órteses e próteses, até a falta de terapeutas e profissionais treinados, essas crianças se veem privadas dos cuidados essenciais para o seu desenvolvimento físico e emocional.

A educação inclusiva é outro campo minado que essas crianças enfrentam. O acesso a escolas adequadas e adaptadas é uma batalha árdua, muitas vezes resultando em sua exclusão do sistema educacional. As barreiras físicas, como a falta de infraestrutura acessível, somadas à falta de capacitação de professores para atender às necessidades específicas dessas crianças, perpetuam a marginalização e o abandono educacional. O resultado é uma lacuna de conhecimento e oportunidades, negando-lhes o direito fundamental à educação.

No entanto, os desafios enfrentados por essas crianças não se limitam apenas às barreiras tangíveis. A discriminação e o estigma social lançam uma sombra negra sobre suas vidas. Em muitas comunidades africanas, crenças culturais e superstições distorcidas associam a deficiência física a mitos e preconceitos arraigados. Essas visões equivocadas geram exclusão, isolamento e até mesmo violência contra essas crianças vulneráveis, perpetuando um ciclo de discriminação.

As crianças com deficiência física ou mental,  vítimas de acusações de bruxaria são mais vulneráveis ​​ainda, pois não podem se defender ao serem confrontadas com abuso físico e psicológico de sua família e comunidade.

A escala e a intensidade das recentes caçadas às bruxas contra crianças são classificadas como sem precedentes na história escrita.Etnólogo Felix Riedel

Por exemplo, o Parlamento Europeu esteve envolvido na busca de resoluções para os assassinatos de pessoas com deficiência em Uganda. Eles argumentaram que os assassinatos não deveriam ocorrer porque: os direitos humanos devem ser respeitados em todos os momentos, todos têm direito à vida, apesar de suas deficiências. As pessoas com deficiência são muitas vezes excluídas das atividades comunitárias. Crianças deficientes geralmente são escondidas do público, expulsas e até mortas. 

As mães dessas crianças vivem isoladas de suas famílias extensas, enquanto a maioria dos pais negligenciam suas famílias. Os relatórios da Pesquisa Nacional de Famílias de Uganda registram apenas pessoas com deficiência de 5 anos ou mais; deixando de fora a maioria das crianças. 7,1% dos ugandenses, o que equivale a 2,1 milhões de pessoas, são consideradas deficientes

Embora as histórias dessas crianças sejam marcadas por dificuldades inimagináveis, é importante destacar sua resiliência e determinação em superar obstáculos. Apesar das adversidades, elas encontram maneiras de se adaptar e encontrar alegria nas pequenas vitórias do dia a dia. Suas vozes, muitas vezes abafadas, merecem ser ouvidas e valorizadas.

À medida que olhamos para o futuro, é imperativo que governos, organizações não governamentais e a sociedade em geral se unam para fornecer recursos adequados, garantir a inclusão e combater o estigma e a discriminação. Somente através de um esforço coletivo, em que todos se envolvam ativamente, podemos começar a romper as barreiras que aprisionam essas crianças e permitir que elas alcancem seu pleno potencial.

Essas crianças com deficiência física são testemunhas silenciosas de uma luta que não deveria existir. É hora de trazer à tona sua realidade e trabalhar juntos para garantir que elas tenham a chance de viver uma vida plena e com dignidade, sem as amarras da discriminação e das barreiras injustas.

Invisíveis e resilientes: A luta silenciosa das crianças com deficiência física em países africanos

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